terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Shakespeare & Co

Vou meter minha colher aqui no blog que a Ju vem tocando sozinha, de forma magistral, e contar de uma grande coincidencia que nos ocorreu esta semana.

Ontem, segunda, recebemos uma bela carta do amigo Felipe Lenhart, que veio em forma de cronica, no seu espaço as segundas, no Diario Catarinense (a cronica esta aqui).

Pois bem, la pelas tantas, o Felipe me faz dois pedidos: “na Shakespeare and Co., digam à Sylvia que um dia eu chego lá, e, se não for pedir muito, mandem um abraço ao Victor Hugo”.

E nao é que, naquele mesmo dia, antes de ler a cronica do Felipe, passamos pela livraria, que ja estava na nossa lista de visitas obrigatorias!

A Shakespeare & Co. é uma verdadeira casa de letras, cheia de historia. Foi fundada por Sylvia Beach, editora e escritora , em 1919. Erq uma pequena livraria – e è assim ainda hoje - numa ruela da Rive Gauche, e se tornou o epicentro da agitação cultural dos anos 20 e 30. Grandes escritores como James Joyce, Hemingway, Fitzgerald e Gertrude Stein, além de personalidades do cinema e da música fizeram da Shakespeare and Company o endereço da criatividade no período entre as duas guerras mundiais. Foi ela quem primeiro publicou o Ulysses, do Joyce. Por ser das poucas, senao a unica, livraria de lingua inglesa na Paris dos anos 20, recebeu de braços abertos toda a turma da “geraçao perdida”. Quem leu “Paris é uma festa”, do Hemingway, sabe do que estou falando.

E tem umas historias curiosas. Naquela época, esses hoje ‘classicos’ eram escritores iniciantes, a maioria sem reconhecimento publico e, via de regra, sem grana. Sylvia, ao invés de vender, lhes emprestava livros e, vez ou outra, permitia que dormissem na livraria. E até hoje é assim – eles continuam mantendo o mesmo espirito, oferecendo camas à jovens escritores, permitindo que leiam à vontade as milhares de obras raras que estao ali, e deixando até uma antiga maquina de escrever (linda!) prontinha pra entrar em açao.

Além de tudo isso, a livraria é fantastica, com livros espalhados por todos os lados, fotografias, bilhetes e desenhos nas paredes, enfim, linda, acolhedora e inspiradora, como deve ser uma casa de livros. Hemingway tinha razao…

Ao Felipe: o segundo favor ainda nao pude atender: fomos até la, mas a casa de Victor Hugo, na bela Place de Voges, ja estava fechada. Sabe como é, o velho mestre dorme cedo. Em breve retorno e transmito teu abraço!

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Um comentário:

  1. Ê, beleza! Bela coincidência mesmo, hehe.
    E Fábio, faço questão do abraço no mestre! :)

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