Pelo título você pode achar que vou escrever da Paris das compras femininas! Mas deixarei estes comentários para mais tarde. De hoje até sexta-feira, vou repassar a vocês um roteiro bem interessante, assinado por Fernanda Lévy, que li sobre os bairros parisienses que serviram de cenário para a atuação de mulheres importantes para a vida literária, artística e científica da França. Como é bastante extenso e interessante, vou dividi-lo em quatro partes e termino com um mapinha dos locais a serem visitados para se cumprir este roteiro. Voilá!
Diz o seguinte:
O Quartier Latin guarda a memória da santa padroeira de Paris, Geneviève (422-502), conhecida por ter preservado a cidade da invasão de Átila, rei dos hunos. A capital francesa foi salva e depois desse episódio esta santa passou a ser venerada, devoção que aumentou com o passar dos anos. Deve-se a ela a propagação do culto de São Denis, graças à construção de uma capela que se trasformaria mais tarde na Abadia Real de Saint-Denis. No alto da colina Sainte-Geneviève, onde a santa costumava rezar, sua escultura ornamenta a fachada da Igreja Saint-Etienne-du-Mont. Na Ponte de Tournelle, podemos admirar sua silhueta esculpida por Paul Landowski nos anos 1930, posicionada na direção do invasor.
No Bairro do Marais, o Museu Carnavalet (antigo hôtel) serviu de morada para outra mulher ilustre da cena parisiense: Madame de Sévigné (1626-1696), marquesa conhecida por suas famosas Lettres. Estas cartas, fruto de uma correspondência regular com sua filha - a condessa de Grignan -, são uma fonte importante de documentos sobre a vida aristocrática no século 17. Celebrada pelo Tout-Paris, local literário da época, a marquesa viveu no hôtel Carnavale, de 1677 até sua morte. A grande propriedade permitia que ela recebesse visitantes importantes, como La Fontaine. Atualmente, uma galeria do museu é dedicada a Madame de Sévigné e traz retratos e objetos desta frequentadora da corte de Louis XIV.
Uma das pioneiras na luta pelos direitos da mulher por meio da literatura, Olympe de Gouges (1748-1793) viveu uma vida libertina na área do Palais-Royal antes de iniciar sua carreira como escritora por volta de 1784. Uma placa indica que ela viveu no número 270 da rue Saint-Honoré. Considerada uma das primeiras feministas francesas, Olympe destacou-se por seu célebre texto Declaração dos direitos da mulher e da cidadã, no qual reclamava a emancipação das mulheres. Engajada ao lado dos Girondinos, a escritora foi detida e submetida ao tribunal revolucionário em agosto de 1793. Condenada à morte, foi guilhotinada em novembro do mesmo ano. Uma praça no Bairro do Marais leva o seu nome.
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