Última publicação do roteiro sobre as significativas mulheres que viveram em Paris e se destacaram, em épocas distintas. Foi escrito por Fernanda Lévy. Confira!
Paris também atraiu várias mulheres estrangeiras. Entre elas, a ucraniana Sonia Delaunay (1885-1979). Casada com Robert Delaunay, ela destacou-se por aplicar a justaposição "orfista" das cores que caracteriza sua pintura na decoração e na moda. Em 1913, Sonia produziu Le Bal Bullier e confeccionou seu primeiro "vestido simultâneo", reunindo arte e moda. No mesmo ano, a artista ilustrou o poema do escritor Blaise Cendrars Prose du Transsibérien et de la Petite Jehanne de France, um famoso livro-objeto. Primeira mulher a ter uma retrospectiva no Museu do Louvre em vida (1964), Sonia tem a maioria de suas obras expostas no Centre Georges Pompidou.
Entre as artistas negras que passaram pela capital francesa nos anos 1920, a americana Joséphine Baker (1906-1975) foi a de maior destaque. Ela conquistou a cidade ao se apresentar em 1925 no Théatre des Champs-Elysées com a Revue Nègre. Vestida com um saiote de bananas e dançando o charleston, causou furor na época. Em 1926, depois de uma turnê pela Europa, a versátil artista (era dançarina, cantora e atriz) se apresentou no famoso cabaré Folies Bergère, ao lado de um leopardo. Uma praça no 14ème arrondissement de Paris homenageia esta mulher que trabalhou como voluntária para a Cruz Vermelha e para o serviço de inteligência francês durante a Segunda Guerra Mundial.
No Bairro de Saint-Germain-des-Près, o Café de Flore serviu de reduto para muitos escritores. Durante a Segunda Guerra, o aquecedor no Flore era como um convite, e Simone de Beauvoir (1908-1986) foi a primeira a aceitá-lo. Ao lado do filósofo Jean-Paul Sartre, ela trabalhava de manhã e à tarde encontrava os amigos no café. Foi nesse estabelecimento que ela escreveu o livro O Sangue dos Outros, que a tornaria célebre em 1945. Hoje, a autora do polêmico O Segundo Sexo (1949) divide com Sartre o nome de uma praça no cruzamento do Boulevard Saint-Germain e da rue da Rennes.
O mundo de Edith Piaf (1915-1963) sempre esteve ligado a Belleville. De acordo com a lenda, sua mãe teria dado à luz a Edith Giovanna Gassion nos degraus do número 72 da rue de Bellevile. Em Paris, seu palco preferido era o do l´Olympia, onde ela se destacou cantando La Foule e Non, je ne regrette rien. Em Ménilmontant, um pequeno apartamento-museu reúne vários objetos pessoais da artista. Na Praça Edith Piaf, no mesmo bairro, uma estátua representando a cantora foi inaugurada em 2003, lembrando os 40 anos de sua morte.
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