quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Paris das mulheres II

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Continuando o roteiro sobre pintoras, rainhas, escritoras, militantes políticas e santas que influenciaram, em épocas distintas, a vida francesa. Trata-se de um roteiro muito interessante sobre estas mulheres, escrito por Fernanda Lévy. Confira as próximas!

Outra escritora famosa, Lucile Aurore Dupin, a baronesa de Dudevant - conhecida pelo pseudônimo de George Sand (1804-1876) -, está intimamente ligada ao Bairro de Nouvelle Athènes. Na Square d´Orléans, Sand viveu uma paixão tumultuada com Frédéric Chopin, seu vizinho. Ao lado do compositor e de Liszt, a escritora freqüentou a casa do pintor Ary Scheffer, na rue Chaptal. Em uma atitude desafiadora para a época, ela se vestia de homem para participar das reuniões na casa de Scheffer. Nessa residência, atual Museu da Vida Romântica, o pavilhão principal evoca o universo de Sand. Seus objetos pessoais (pluma, tinteiro, entre outros) lembram a mulher independente que reinvindicou a igualdade dos sexos em romances como Indiana (1832).

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Em Montmartre, a militante e professora Louise Michel (1830-1905) deixou sua marca registrada. Local de vida e de luta, o bairro foi palco de suas façanhas como soldado. Louise participou dos combates da Comuna de Paris (considerada a primeira república proletária da história). Uma praça com o nome da militante foi inaugurada, em 2004, em frente à Basílica de Sacré-Coeur, construída para celebrar a vitória da França reacionária e clerical contra os communards que lutaram em 1871 pela revolução social.


Dentro do universo artístico, laços sólidos ligam Sarah Bernhardt (1844-1923) ao Théatre de la Ville, localizado em Châtelet. A atriz, que integrou a Comèdie-Française aos 18 anos de idade, instalou-se no lugar em 1899. Este teatro, que recebeu o seu nome, tornou-se o centro da sua vida. Nele, Sarah interpretou sucessos memoráveis como A Dama das Camélias e criou um camarim exclusivo no qual ensaiava e recebia visitas. Durante a ocupação alemã, o nome judeu da atriz foi retirado da entrada do prédio, que foi rebatizado. Atualmente, em uma sala do lugar, onde apenas a fachada permanece intacta, foram reunidos objetos dessa mulher incansável, que continuou a atuar apesar da amputação de uma das pernas aos 71 anos.

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No Bairro de Invalides, o hôtel Biron, que abriga o Museu Rodin, dedica duas salas a Camille Claudel (1864-1943), aluna e amante do escultor Auguste Rodin. Entre as obras de destaque, está um busto do mestre, realizado por sua aluna aos 22 anos e considerado por Rodin como seu auto-retrato. As esculturas dos dois artistas espalhadas pelo museu, como Jeune Fille à la gerbe (Claudel) e Galatée (Rodin), refletem a simbiose na qual eles trabalhavam. Já obras como A Valsa e Pequena Castelã, de Camille, mostram sua busca pela autonomia. Em A Idade Madura (Museu d´Orsay), a escultora representa o rompimento dos dois que a levou ao desequilíbrio. Na île de Saint-Louis, uma placa no Quai de Bourbon indica o endereço de seu último atelier.

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